Air France-KLM formaliza interesse na privatização da TAP

O grupo Air France-KLM já entregou a manifestação de interesse na aquisição da TAP. A companhia aérea portuguesa avançou, entretanto, que obteve lucros de 55,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

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Foto: Pedro A. Pina - RTP

A Air France-KLM entregou na terça-feira à Parpública a sua manifestação de interesse no processo de privatização da TAP, adiantando-se ao final do prazo definido, que termina a 22 de novembro.

Em comunicado, o grupo franco-holandês sublinhou que com este passo "fica demonstrado, uma vez mais, o forte e continuado interesse" na operação, afirmando aguardar "com expectativa os próximos passos" do processo.

O Governo prevê alienar até 44,9% do capital da transportadora aérea, reservando 5% para os trabalhadores, conforme estipulado pela Lei das Privatizações. Caso esta tranche não seja totalmente subscrita, o futuro comprador terá direito de preferência.

A partir de 22 de novembro, a Parpública, empresa que gere as participações do Estado, tem um prazo de 20 dias (até 12 de dezembro) para entregar ao Governo um relatório que descreve os interessados que manifestaram interesse e que avalia o seu cumprimento dos requisitos de participação.

No prazo de 20 dias contados da data da disponibilização do relatório, os interessados que tenham demonstrado o cumprimento dos requisitos são convidados a apresentar uma proposta não vinculativa.

Esta segunda fase do processo, que será dividido em quatro etapas, prevê que a proposta inclua, entre outros, o preço oferecido para a aquisição das ações e a informação sobre a forma de obtenção dos meios financeiros necessários para concretizar a compra.Privatização deverá demorar um ano
Podem apresentar candidaturas operadores nacionais ou estrangeiros, individualmente ou em consórcio, desde que cumpram os critérios definidos, incluindo receitas superiores a 5.000 milhões de euros em pelo menos um dos últimos três anos e experiência comprovada no setor da aviação.

As propostas serão avaliadas também pelo reforço da frota, investimento em manutenção e engenharia, aposta em combustíveis sustentáveis, respeito pelos compromissos laborais e visão quanto a um eventual reforço da posição acionista, de acordo com o caderno de encargos publicado recentemente.

Como o Governo anunciou em julho, a privatização da TAP - que inclui também a Portugália, a Unidade de Cuidados de Saúde TAP, a Cateringpor e a SPdH (ex-Groundforce) - deverá decorrer ao longo de cerca de um ano, embora o calendário final dependa de autorizações regulatórias.

Além da Air France-KLM, já manifestaram publicamente interesse na corrida o grupo alemão Lufthansa e o International Airlines Group (IAG), dono da British Airways e da Iberia.TAP com lucros de 55,2 milhões nos primeiros nove meses
Esta quarta-feira, a Transportadora Aérea Portuguesa anunciou que teve um lucro de 55,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

Em comunicado, a TAP refere que as receitas operacionais até setembro chegaram aos 3.281,3 milhões de euros, mais 15,4 milhões (+0,5%) do que no período homólogo.

Em relação ao terceiro trimestre, segundo os dados divulgados, os resultados líquidos foram positivos e atingiram 126 milhões de euros.

Até setembro, a TAP transportou um total de 12,7 milhões de passageiros, um aumento de 2,9% face ao mesmo período de 2024.

O número de voos operados registou um ligeiro crescimento homólogo de 0,7%, praticamente em linha com o período anterior.

A capacidade aumentou 3% face aos primeiros nove meses de 2024 e a taxa de ocupação cresceu 1,3 pontos percentuais, chegando aos 84,2%.

Os custos operacionais recorrentes aumentaram 4,3%, atingindo os 3.054 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2025.

Em comunicado, a companhia aérea diz que, este ano, teve "um dos verões mais movimentados", com o aumento da capacidade (+4%), com mais passageiros transportados (+4%) e mais voos operados (+1%) face ao verão de 2024.

Ainda assim, "foi também um dos mais desafiantes", reconhece a TAP, que fala em "várias disrupções operacionais", nomeadamente constrangimentos no controlo de fronteiras nos aeroportos nacionais e no espaço aéreo europeu, influenciando a performance operacional e a satisfação dos clientes.

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